maio 16, 2009

palavras secas, sem destino

incansável som de cascos

enquanto

do fundo do poço, estrelas fixas

governam uma vida

 

Sylvia Plath


maio 16, 2009

Caetano Veloso. 1974

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Caetano. O prancha. Tropicar não é soda água de coco e nem chá de palha. O ismo mais feliz é redundante no seu filho. Viva o homem que trota sobre os versos e é leão criador catalisador zeloso. Sempre que eu falar de você rambele jamais soará um trote. Sentimentos 0900.

Por Carlinhos Brown

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nu com a minha música

Fora isso somente amor

Coragem grande é poder dizer sim

E bye pra esses jornalistas – seduzidos pelo poder de ter a palavra publicada – que só falam merda sobre o Caetano, um festival de despeito e desconhecimento.

Será que já ouviram Transa? Circuladô de fulô?

Se tivessem escutado, estariam, no mínimo, tocados com o que há de força e beleza ali. Mas eles não se tocam, e não viram o disco.


maio 12, 2009

Passando a noite no rio Jiang-De

Por Meng Haoran

 

A barca atraca na ilhota de bruma

Crepúsculo: renasce a comoção do viajante.

Uma palavra imensa; desce o céu às árvores

Límpido, o rio: chega-se a lua aos homens.

 

Tradução Haroldo de Campos


maio 10, 2009
Foto de Nuno Lobito

Foto de Nuno Lobito


maio 1, 2009

 

O mar é só mar, desprovido de apegos,

matando-se e recuperando-se,

correndo como um touro azul por sua própria sombra,

e arremetendo com bravura contra ninguém,

e sendo depois a pura sombra de si mesmo,

por si mesmo vencido. É o seu grande exercício.

Cecília Meireles

 

o que é que há com beLo horizoNte?

cidade sem Gi

cidade sem giz,

previsível, habitável

sem seu cabelo tingindo de vermelho

quarteirões inteiros da Fernandes Tourinho,

impedindo o sossego dos transeuntes;

sem seu sorriso alongando as madrugadas já abandonadas, vazias…

cidade sem Letícia e sua felicidade desconfiada, cabreira, ensimesmada,

e talvez por isso mesmo mais feliz do que

a dos de sorriso armado-límpido-pronto para a fotografia

e para quem mais quiser consumir…

cidade sem os s sibilantes, graves mas não guturais, de Féres…

ontem-hoje-antes-de-ontem-e-antes-ainda-e-talvez-amanhã

a voz de Tatiana Parra,

na canção Mãe, de Flávio Henrique e Guilherme Wisnik,

túnel fundo fenda pra nascer

http://www.myspace.com/tatianaparra

a voz de Thaís Gulin,

na canção Defeito 10: Cedotardar, de Moacyr Albuquerque,

liberdade errante-certeira, timbre seguro que transporta

e não devolve a passagem, ousadia sem beca e de batom

…te sigo.

http://www.myspace.com/thaisgulin

 

a voz de Janaína Assis,

na canção Marinheiro, de Alexandre Amaro e Flávio Boaventura,

bendita lâmina grave que fere a parede e traz

as febres loucas e breves

que mancham o silêncio e o cais.

http://www.myspace.com/janainaassis