Quem somos

 

Nasci em Belo Horizonte: 04 de julho de 1973.

Na infância, pouca conversa, olhos sempre atentos. Pés de manga, amora, jabuticaba…

Brincadeira quase sempre em cima das árvores: naves loucas e seus ruídos.

Cartola e  Beth Carvalho recorrentes na vitrola alaranjada…

Do fusca branco, vi os muros pichados Explode coração, ainda era ditadura, as ruas estavam a esmo, tremiam, conspiravam (?) Uma calmaria de dar medo.

Crescer foi muito difícil, edifícios postes viadutos loterias, verticalicidadevertecerebral –  urbeabismo , um espanto!!!

Parti pra posologia de Cazuza, Clarice e Caetano. Depois, Rimbaud, Drummond, Waly. Então nas madrugadas, aprendi a ler o espanto. A ser com ele.

Robson Santos é poeta e ensaísta. Psicanalista ateu, devoto de Maria Bethânia e João Cabral de Melo Neto, por mais paradoxal que pareça ser – mas há sentido, e ele o sabe, racional e sensorialmente.

Traduz como ninguém a preguiça baiana sendo mineiro, e a delicadeza, tão rara hoje em dia.

 

por Renata Cabral

 

Todo mundo quer opinar, dizer a que veio. E o brasileiro, mestiço por acaso – mestiçou-se no comportamento falante: passionalmente, cordialmente, por entre avenca, feto e taquara-poca, no seio-limo da mata ciliar.

E em sua expressão pós-moderna, barroca, do alto monte Parnaso –  nossa língua prolixa e cheia de anacolutos, sobretudo – estamos aí para palpitar: música, literatura, mercados fonográfico e editorial, comportamento etc. É como se pedíssemos o compartilhamento do direito cibernético de expressão sobre aquilo que alguns poucos se sentem designados por permissão acadêmica a fazê-lo: cânones de plantão, midiáticos da escrita oficial eleitos sem sufrágio.

Propomos, então, a vagabundagem respeitosa da liberdade da fala.

Os leitores dirão se há propriedade no que é dito, se há qualidade na forma expressa e se o conteúdo é de reputabilidade.

Eis o desafio e eis o desejo. Certeza e confusão. Facas, lâminas, sentimentos do mundo, noites velozes: todo homem, todo lobisomem sabe a imensidão da fome que tem de viver.

Por Robson Santos