no ritmo de volta às aulas…

gostaria (muito!!!) que este texto estivesse datado,

que pudéssemos ir para outras etapas,

mas….

Quem é o novo professor?

Aquele que sabe compartilhar saberes diversos, sem impor uma única via de conhecimento, revela-se um professor atual. Repetir informações como simulacros da verdade não condiz mais com a realidade que nos circunda, tampouco com os paradigmas teóricos que se apresentam no nosso contexto histórico. Mediar discussões que desenvolvam habilidades cognitivas é, sem dúvida, a tarefa exigida na contemporaneidade. Não mais “iluminar” meros receptores, mas instigar cooperação e investir também no processo — não apenas no resultado.

Incentivar o pensamento e a criatividade, a problematização e a pesquisa são tarefas nossas, visto que a escola tradicional moldou o estudante de tal forma que a grande maioria sequer sabe usar as ferramentas tecnológicas em favor da produção de conhecimento. Muitos acreditam que a informação chega num clic, como se não fosse necessária uma análise detida dos textos encontrados. É imprescindível formarmos leitores críticos, sagazes e independentes. Como é também essencial que sejamos esses leitores. Para o dinamismo e a pluralidade exigidos do novo professor, é crucial diversificarmos as fontes epistemológicas. Teatro, museu, ballet, artes plásticas, cinema, ciência e literatura devem compor nosso repertório cultural para que possamos, de fato, trabalhar a transdisciplinaridade com consistência.

Não adianta, no entanto, defendermos uma episteme dialógica se não conquistarmos respeitabilidade social e derrubarmos os estereótipos que nos vinculam a uma espécie de celibato. Imagem confortável para os sequentes (des)governos, apoiados em discursos vazios, e para os empresários que ambicionam  lucros exorbitantes em detrimento de uma educação densa e eficaz. Salas lotadas, jovens enfileirados e uma pletora de conteúdos despejados sem qualquer espaço para discussão e aprofundamento não convencem mais. Revelam, entretanto, a maioria das escolas e o baixíssimo desempenho educacional do país nas escalas mundiais. Além do mais, propiciam os alarmantes índices de doenças psicossomáticas que acometem os profissionais.

Avesso ao comodismo, afeito à alteridade, o novo professor deseja atuar numa arena onde ele possa enxergar o Outro em sua completude e complexidade. Afinal, a escola não pode mais ser esse microcosmo, quadrado e irrespirável, a promover desigualdades e a etiquetar preceitos mofados. 

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