Valdir e eu.
Valdir vendia pão integral nos intervalos das aulas, Estadual Central, 1992. Certa vez comprei pão só para puxar assunto. E a prosa foi certeira, costurou sonhos e promessas, lirismos e política, clube da esquina e tropicália. E vem, a linha e o linho, desenhando nosso amor de amigo, tão livre, tão sem cobrança. Desde o início, estar perto dele é como cantarolar uma leve canção.
A figura humana mais atenciosa que conheço é o Val, não há esforço, o cara é bossa nova. Uma atenção espontânea, que nos alcança já com colo quentinho, lírios e canela. Sua doçura é como a voz de Chris Martin (Coldplay) em Fix You, nos invade, porque há ali, naquele timbre, uma ternura natural, uma inteligência harmônica. E seus silêncios.
Nem me atrevo aqui a contabilizar as gargalhadas noites e madrugadas afora; as fossas, quantas (!); as perdas; as conquistas; a comunhão…
Seu riso é cura. Seu abraço, um lar.
–
Lapa, foto de Valdir no início da carreira.