Mick Jagger parecia uma labareda de significados cambiantes. Ele era uma mulher, um bailarino, um atleta, um moleque, um poeta romântico, um tirano, um doce camarada. Sua presença de estrela superava a das estrelas convencionais que tinham refletores estratégicos, posição planejada, distância em relação à plateia. Levando mais longe do que ninguém a aventura de sugerir parceria com a multidão, de compartilhar com todos as ousadias estéticas e comportamentais, supondo uma geração inteira de criadores, ele lograva ser mais diva do que qualquer Sinatra, do que qualquer Barbra Streisand.

Caetano Veloso, 70 anos!

Trecho de Verdade Tropical, p. 440.

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