–
dimensão metapoética moçambicana
–
[…] Era bom
e certeiro, acreditem, esse verso
arisco e difícil, que se soltara
dentro de mim. Mas meu filho
riu e o verso despenhou-se no cristal
ingénuo e fresco desse riso.
–
Rui Knopfli
–
–
Meu verso cínico é minha terapêutica
e minha ginástica […]
Há um sorriso discreto em minha segurança.
[…] meu verso,
como de vós, ri-se de mim em ar de troça.
–
Rui Knopfli
–
–
Pressentimento
–
espera aí mesmo por mim.
Exilado nos meus versos
vou ter contigo.
Sem falta!
–
José Craveirinha
—
–
Não faz mal.
Voar é uma dádiva da poesia.
Um verso arde na brancura aérea do papel,
Toma balanço
Não resiste,
Solta-se-lhe
O animal alado.
Voa sobre as casas,
Sobre as ruas,
Sobre os homens que passam,
Procura um pássaro
Para acasalar.
Sílaba a sílaba
O verso voa.
–
Eduardo White