Pessoas boníssimas (o Boave e a Cristiane Grando), de longe, enviaram suas homenagens; que bacana, fico muito feliz…e reproponho a celebração, sempre!…
Amavisse
Hilda Hilst
Traduction / Traducción
Cristiane Grando – Espérance Aniesa
I
Carrega-me contigo, Pássaro-Poesia
Quando cruzares o Amanhã, a luz, o impossível
Porque de barro e palha tem sido esta viagem
Que faço a sós comigo. Isenta de traçado
Ou de complicada geografia, sem nenhuma bagagem
Hei de levar apenas a vertigem e a fé:
Para teu corpo de luz, dois fardos breves.
Deixarei palavras e cantigas. E movediças
Embaçadas vias de Ilusão.
Não cantei cotidianos. Só te cantei a ti
Pássaro-Poesia
E a paisagem-limite: o fosso, o extremo
A convulsão do Homem.
Carrega-me contigo.
No Amanhã.
Emporte-moi, Oiselle-Poésie
Quand tu croiseras l’Avenir, la lumière, l’impossible
Car le voyage que je fais toute seule
N’est que boue et paille. J’emporterai juste le vertige
Et la foi. Point de tracé ou de géographie
Compliquée, point de bagage :
Pour ton corps de lumière, deux fardeaux brefs.
Je laisserai les mots et les chansons. Et mouvantes
Embuées les voies de l’Illusion.
Je n’ai pas chanté les quotidiens. Je n’ai chanté que toi
Oiselle-Poésie
Et le paysage-limite : le fossé, l’extrême
La convulsion de l’Homme.
Emporte-moi.
À l’Avenir.
Llévame contigo, Pájaro-Poesía
Cuando cruces el Mañana, la luz, lo imposible
Porque de barro y paja ha sido este viaje
Que hago a solas conmigo. Libre de trazado
O de complicada geografía, sin ningún equipaje
He de llevar apenas el vértigo y la fe:
Para tu cuerpo de luz, dos fardos breves.
Dejaré palabras y cánticos. Y movedizas
Turbias vías de Ilusión.
No canté cotidianos. Sólo te canté a ti
Pájaro-Poesía
Y el paisaje-límite: el foso, lo extremo
La convulsión del Hombre.
Llevame contigo.
hh – 80 anos
hoje
bem dizer a que venho
te mordo inteira
risonha
por isso passeio em carruagem aberta
desfilando teu corpo
sem algemas ou ganchos
que dizer do tempo
animal caprichoso
que pasta e trota
que dizer das coisas movediças
que encarnam
leves
hoje, manhã ensolarada
roçando toda em minha pele
flávio boaventura, o boave