PEDRA D’ÁGUA, ABISMO, PEDRA-FERRO
Como te chamas? Para que eu possa ao menos
Soletrar teu nome, grudada à tua fundura.
Uma mulher suspensa entre as linhas e os dentes.
Antiquísssima ave, marionete de penas.
As asas que pensou lhe foram arrancadas.
Lavado de luzes, um deus me movimenta.
Indiferente. Bufo.
Dá-me a via do excesso. O esturpor.
Amputado de gestos, dá-me a eloquência do Nada
Os ossos cintilando
Na orvalhada friez do teu deserto.
3 poemas de Hilda Hilst.