Hélio Oiticica, este homem-poliedro em estado de permanente intensidade, amalgamou cosa mentale e transe instintivo genital em que a obra espelha o paroxismo do prazer (teu amor eu guardo aqui), dança do intelecto e dilaceração dionisíaca, obsessiva ideia de fundar uma nova ORDEM frente às categorias exauridas da arte e a indignação da rebeldia ética, a quase catatonia do Quase Cinema e o júbilo epifânico (reino do SUPRASENSORIAL) do ÉDEN, num todo múltiplo, totalidade indivisível vida/obra. Oiticica foi movido pela legenda EXPERIMENTAR O EXPERIMENTAL, tensionou a si mesmo enquanto campo imanente de possibilidades SÍSMICAS e se metamorfoseou em vertigem, voragem, redemoinho. VÓRTEX. Na linha abaixo do Equador.
A fecundidade de HO deriva da tensão pendular transgressão/construtivismo.
Nova sensibilidade explodindo a velha sintaxe conformada/conformista.
Waly Salomão