A grande narrativa

            Por Renata Cabral

 

                            Paradoxo do reagrupamento

0=(1+1)+(1-1)+(1-1)+…

0=1+(-1+1)+(-1+1)+…

0=1+0+0+…

0=1

 

Do infinitesimal ao infinito, o movimento espiralado

– tensão e repouso, silêncio e som –

de eixo inexato

cujo centro é o centro do centro do centro,

equivale à grande narrativa.

Rizomática, ela se desloca,  

suspendendo a cronologia previsível do tempo e a edificação do espaço. Intertextual, hipertextual, transtextual,

faz-se em rede.

Amálgama de micro e macro estruturas de composição.

Tecido matizado de cores.[1]

Trama vazada de silêncios, sons, ruídos, estilhaços.

Câmara de ecos, [2]

soma de átomos.

O quark e a Via Láctea. A bactéria e a galáxia. [3]

 Língua de fogo, átimo de pó. Carne da palavra feita da pré-palavra;

contínua, pós-palavra.

Textura puída.

E de volta à palavra, ao silêncio, à palavra, ao…

 

Pulsação.


[1] LLANSOL, Maria Gabriela.

[2] SALOMÃO, Waly. Algaravias.

[3] RENNÓ, Carlos; GIL, Gilberto. Átimo de pó.

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